sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lord Byron e o Romantismo



Pesquisa Bibliográfica acerca do Movimento Romântico


Quem foi Lord Byron?
George Gordon Noel Byron, mais conhecido como Lord Byron, foi um destacado poeta britânico e uma das figuras mais influentes do Romantismo, além de célebre por suas obras-primas. Sua obra e sua personalidade romântica tiveram grande repercussão na Europa do início do século XIX. Byron é considerado como um dos maiores poetas europeus e é muito lido até os dias de hoje.

Toda a obra de Byron, que exprime o pessimismo romântico, com a tendência a se voltar contra os outros e contra a sociedade, pode ser vista como um grande painel autobiográfico. Foram novos, em sua postura, o tom declarado de rebeldia ante as convenções morais e religiosas e o charme cínico de que seu herói demoníaco sempre se revestiu.

Lord Byron nasceu em Londres em 1788 e, em 1798, herdou o título nobiliárquico de um tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. Em 1807 publica Horas de Ócio, livro de poemas mal recebido pela crítica.

Com apenas 21 anos ingressou na Câmara dos Lordes e viajou pela Europa e pelo Oriente, regressando em 1811. No ano seguinte publicou o poema A Peregrinação de Childe Harold, sobre as aventuras de um herói e a natureza da península Ibérica, sucesso em vários países europeus.

Mudou-se para a Suíça em 1816, após o divórcio de Lady Byron, causado pela suspeita de incesto do poeta com a meia-irmã da esposa. Escreveu o terceiro canto de A Peregrinação de Childe Harold, O Prisioneiro de Chillon (1816) e Manfred (1817).

Então, transferiu-se para Veneza, onde escreveu, em 1818, Beppo, uma História Veneziana, sátira à sociedade local. Um ano depois começou o inacabado Don Juan. Tornou-se também membro do comitê londrino para a independência da Grécia, país para onde viajou em 1823 para lutar ao lado dos gregos contra os turcos. Morreu quatro meses depois, em 1824, em Missolonghi, Grécia.




Características do Movimento Romântico
Romantismo, também chamado de Romanticismo, foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. 

Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.

Muito variado nas suas manifestações, essencialmente ao nível da literatura e das artes plásticas, o romantismo sustentava-se filosoficamente em três pilares: o individualismo – tendência para se libertar de toda a obrigação de solidariedade para pensar só em si, egoísmo –, o subjetivismo – tendência para afirmar a prioridade do subjetivo sobre o objetivo – e a intensidade.

O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.
O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.



Influência da obra de Byron na poética de Álvares de Azevedo
Nenhuma influência foi tão marcante no Brasil do século XIX como a de Lord Byron e, Álvares de Azevedo foi um dos seus maiores representantes. A adoção de uma temática transgressora, irreverente, irônica e satânica, sob a influência de Byron, explica, em princípio, parte de sua obra, notadamente diversa de seus contemporâneos, principalmente Macário, Noite na Taverna, O poema do Frade e O Conde Lopo.

O poeta procurou "byronizar" parte de sua produção, deixando-se levar pela influência famosa e avassaladora do poeta inglês. A poesia de Lord Byron, além de traços autobiográficos, revela pessimismo, angústia e desejo pela morte, encarada como fuga perante seus sentimentos. Assim, a poética de Álvares de Azevedo foi marcada pelo subjetivismo, pela melancolia e por um forte sarcasmo.

A tentativa de se copiar o tom dos livros de Lord Byron quase sempre resultou em uma experiência desastrosa. Mas nem tudo em Azevedo é byronismo e nem todo byronismo seu é ruim, como é o caso do drama Macário. Sob a influência do bardo inglês as personagens de Macário e Noite na Taverna apresentam um pessimismo extremo, mostram-se desencantadas, levando uma vida desregrada como única forma de compensação.

É interessante observar a vida de Lord Byron em paralelo com a de Álvares de Azevedo, pois constatamos que esse herdou por livre iniciativa os traços ultrarromânticos do “mal do século” daquele.

O que se pode afirmar é que Azevedo possui uma incrível fascinação pelas obras e pelo estilo de Byron, principalmente no que se refere à transgressão e à rebeldia.


 Imagem de Álvares de Azevedo.


Primeiras manifestações artísticas (Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe)

Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang Von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final.

Neste livro, o suposto Jovem Werther envia por um longo período cartas ao narrador que, no próprio livro, através de notas de rodapé, afirma que nomes e lugares foram trocados.

O romance é escrito em primeira pessoa e com poucas personagens. Na época ocorreu, na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras. Num estilo completamente adverso a Fausto, mas não menor que neste.




A relação entre a vida pessoal do poeta Lorde Byron (1788-1824) e sua poesia (O que é o paradigma do herói byroniano?)

A relação entre a vida pessoal de Byron e a sua poesia é muito estreita: o autor fala através do personagem, expondo-se completamente. O poeta revela na literatura a própria crise existencial em que está submerso e, sendo Byron um romântico, é um autor que se pauta pelo subjetivismo e pelas paixões, muitas delas violentas e irrefreáveis. A vida de Byron é quase tão fantástica e romântica quanto a dos personagens que criou a partir de si mesmo: amores problemáticos, melancolia exacerbada, desprezo pela sociedade que o condena, atos que revelam uma grande sede de liberdade e, para fechar com chave de ouro, a morte  na Grécia, enquanto preparava um ataque contra os turcos, que na época dominavam o território grego.

O herói byroniano é, então, uma representação do autor e paradigma significa um conjunto de unidades que aparecem no mesmo contexto e apresentam semelhanças entre si. Sendo assim, o paradigma do herói byroniano são as semelhanças entre Lord Byron e os heróis de suas obras.


Byron vai se tornando também, ao longo de sua vida, o paradigma de toda uma geração do romantismo, formada, geralmente, de jovens em busca das mesmas aventuras e sensações. Esse fato é, essencialmente, uma contradição: o lorde inglês foi, antes de tudo, um rebelde que, com o passar do tempo se tornou um modelo de conduta e de literatura. Surpreendentemente, ele se aborrece com o fato e passa, nas suas obras posteriores, a minimizar e ironizar os personagens que criara — talvez porque estes o deixaram demasiadamente exposto diante de todos, talvez porque já não seja mais o único a defender e praticar esses novos princípios. Um rebelde deixa de sê-lo quando muitos querem seguir o mesmo caminho; para Byron, a “transformação” sofrida — passando de contestador radical a modelo de conduta — deve ter sido motivo de grande irritação.


                                                 Postado por Gabriela Maria e Leticia Lopes - 9ºA

Nenhum comentário:

Postar um comentário