domingo, 17 de junho de 2012

Álvares de Azevedo - o poeta da Lira dos vinte anos

a) Pesquisa sobre o autor
Vida e obra
   Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista, da segunda geração romântica brasileira. Suas poesias retratam o seu mundo interior. É conhecido como "o poeta da dúvida". Faz parte dos poetas que deixaram em segundo plano, os temas nacionalistas e indianistas, usados na primeira geração romântica, e mergulharam fundo em seu mundo interior. Seus poemas falam constantemente do tédio da vida, das frustrações amorosas e do sentimento de morte. A figura da mulher aparece em seus versos, ora como um anjo, ora como um ser fatal, mas sempre inacessível. Álvares de Azevedo é Patrono da cadeira nº 2, da Academia Brasileira de Letras.
   Álvares de Azevedo deixa transparecer em seus textos, a marca de uma adolescência conflitante e dilacerada, representando a experiência mais dramática do Romantismo brasileiro. De todos os poetas de sua geração, é o que mais reflete a influência do poeta inglês Byron, criador de personagens sonhadores e aventureiros.
Em alguns poemas, Álvares de Azevedo surpreende o leitor, pois além de poeta triste e sofredor, mostra-se irônico e com um grande senso de humor, como no trecho do poema "lagartixa": "A lagartixa ao sol ardente vive,/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me dá vida,/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa".
   Álvares de Azevedo encara a morte como solução de sua crise e de suas dores, como expressou no seu famoso poema "Se eu morresse amanhã": "Se eu morresse amanhã, viria ao menos/ Fechar meus olhos minha triste irmã;/ Minha mãe de saudades morreria/ Se eu morresse amanhã!".
Principais obras:
Lira dos vinte anos; Se eu morresse amanhã!; Poesias Diversas; Poema do Frade; O Conde Lopo; Estudos Literários; Noite na Taverna; A lagartixa e Adeus , meus sonhos!.

Biografia
Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852) nasceu em São Paulo no dia 12 de setembro. Filho do Doutor Inácio Manuel Alvares de Azevedo e Dona Luísa Azevedo, foi um filho dedicado a sua mãe e a sua irmã. Aos dois anos de idade, junto com sua família, muda-se para o Rio de Janeiro. Em 1836 morre seu irmão mais novo, fato que o deixou bastante abalado. Foi aluno brilhante, estudou no colégio do professor Stoll, onde era constantemente elogiado. Em 1945 ingressou no Colégio Pedro II.
Em 1848, Álvares de Azevedo volta para São Paulo, ingressa na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde passa a conviver com vários escritores românticos. Nessa época fundou a revista da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano; traduziu a obra Parisina, de Byron e o quinto ato de Otelo, de Shakespeare, entre outros trabalhos.
Álvares de Azevedo vivia em meio a livros da faculdade e dedicado a escrever suas poesias. Toda sua obra poética foi escrita durante os quatro anos que cursou a faculdade. O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em seus poemas, era de fato a saudade da família, que ficara no Rio de Janeiro.
Em 1852, doente, abandona a faculdade. Vitimado por uma tuberculose e sofrendo com um tumor, é operado mas não resiste. Morre no dia 25 de abril, com apenas 21 anos.
Álvares de Azevedo não teve nenhum livro publicado em vida. Sua poesia "Se eu morresse amanhã!", escrita alguns dias antes de sua morte, foi lida, no dia de seu enterro, pelo escritor Joaquim Manuel de Macedo.

b) O que podemos entender com a Antítese personificada
A característica intrigante de sua obra reside na contradição – talvez a contradição de si mesmo, que fazia com que ele próprio se sentisse como um adolescente, que se enquadra no dualismo característico da linguagem romântica, visível nas partes que formam sua principal obra poética Lira dos vinte anos, cujas primeira e terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo.
Na segunda parte da Lira dos vinte anos no entanto, o leitor se depara com uma segunda face da obra. A razão é simples. É que a unidade deste livro e o capítulo funda-se numa binômia. Duas almas, que moram nas cavernas de um cérebro pouco, escreveram este livro, sendo assim, uma verdadeira medalha de duas faces.
A ironia também é um traço constante na obra de Álvares de Azevedo e é uma forma não passiva de ver a realidade, de abalar as convenções do mundo burguês.
Tudo isso, mostra um poeta contráditório, indeciso, que é puro em alguns momentos e irônico em outros. Desse modo, podemos dizer que Álvares de Azevedo foi uma antítese personificada, ou seja, um paradoxo materializado, ou ainda, uma contradição em pessoa.

c) Análise do poema "Ideias íntimas"
O poema retrata a tristeza e a melancolia nas quais o eu-lírico, ou o próprio autor, vive, explicadas, muitas vezes, através das metáforas e das comparações utilizadas no poema. Nele, também são retratadas as mágoas de sua vida, constantemente afogadas em bebedeiras exageradas, fato citado pelo autor no próprio texto. Por fim, o seu leito, que pode-se entender como leito da morte, é várias vezes citado durante o texto, acompanhado de lamentações e arrependimentos.


d) Encontre a ironia no poema “É ela! É ela! É ela! É ela!”
O poema demonstra o amor que o poeta sente por uma lavadeira. Ele a descreve como uma bela e delicada mulher, mas que, em oposição a tudo isso, roncava, dormia suja e em cima de um monte de roupas. Este poema ironiza o fato de a mulher amada ser pobre e mal-cuidada e mostra que podemos sim amar alguém que não tenha as mesmas condições sociais que nós temos.

Postado por Gabriela Maria e Leticia Lopes - 9ºA

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